Existem várias manobras de higiene brônquica e todas possuem o mesmo objetivo: de ajudar a eliminar a secreção pulmonar.

Normalmente nosso organismo utiliza a tosse para essa higiene. Durante a tosse exercemos um grande esforço inspiratório, uma leve pausa com a glote fechada, e logo na sequencia a abertura da glote com um rápido fluxo expiratório. Essas três fases da tosse fazem com que a secreção chegue à via aérea superior podendo ser deglutida ou expelida.

É comum o paciente apresentar perda da força muscular global após certo tempo de internação hospitalar, principalmente se for mais idoso. Muitas vezes essa fraqueza é tão intensa que acaba comprometendo também a musculatura respiratória sendo necessário uma ajuda para estimular uma higiene brônquica adequada. Um sintoma comum de identificar essa fraqueza é quando o paciente não consegue tossir de forma efetiva.

O fisioterapeuta deve optar pelas manobras se baseando sempre no diagnóstico e quadro clínico atual do paciente. Se o profissional possui a resposta e colaboração do paciente pode-se orientar uma cinesioterapia respiratória e solicitar ao final uma tosse assistida, dirigida ou até mesmo estimulada, caso o paciente não consiga ativamente. Se o paciente estiver responsivo, porém um pouco confuso pode-se associar manobras de higiene junto à cinesioterapia respiratória dirigida, otimizando o exercício. Caso o paciente não consiga responder as orientações por qualquer razão, deve-se mobilizar secreção através das manobras, e se não conseguir realizar uma tosse efetiva mesmo com a estimulação e a ausculta desse paciente mostrar presença de secreção, então há necessidade de indicarmos a aspiração nasotraqueal.

A aspiração nasotraqueal é realizada através de uma sonda de aspiração que é introduzida por uma das narinas descendo pela boca até chegar à traqueia do paciente e sugando assim a secreção pulmonar. Essa aspiração deve ser sempre realizada com luva estéril visto que a traqueia faz parte da via aérea inferior que é estéril.

A aspiração nasotraqueal é um procedimento desconfortável, pois acaba estimulando a tosse, pode gerar ânsia de vômito e falta de ar, já que a sonda suga o ar além da secreção. É importante o posicionamento do paciente ao leito o que facilita na condução da sonda até a traqueia e não ir erroneamente ao esôfago do paciente.

A não realização da aspiração nasotraqueal quando há indicação pode gerar acúmulo de secreção pulmonar levando a piora do quadro respiratório do paciente, já que o acúmulo de secreção não permite uma troca gasosa adequada e restringe o fluxo pulmonar podendo levar a uma queda de saturação de oxigênio no sangue.

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